segunda-feira, 7 de maio de 2012

Ruídos e microfonia no som do palco



Texto de Rodrigo Loli
(revista musica cristã e sonorização)

Som de Palco

A tendência da maioria dos músicos é deixar o som bem alto no palco. Poucos, no entanto levam em consideração que isso pode trazer sérios problemas para a apresentação. Em geral, o volume dos instrumentos deve ficar sempre num nível mais controlado. Para a parte técnica, volumes mais baixos são melhores, apesar do som mais alto ser o grande responsável por manter a empolgação da apresentação. A emoção de tocar e cantar está sempre presente, mesmo para os mais experientes, e esse é um fator decisivo em encontrar um equilíbrio entre as duas partes.
Os problemas se multiplicam na medida em que a quantidade de músicos e cantores aumenta, com mais microfones e fonte sonoras. Quando os amplificadores, por exemplo, ficam muito mais altos no palco, cresce muito o vazamento nos microfones de voz e, dependendo da potência dos PAs pode encobrir o resto dos instrumentos na mixagem que chega aos espectadores. O vazamento de som nos microfones de voz prejudica a pureza do áudio e cria uma situação favorável às microfonias. Com o sinal de voz cheio de outras coisas misturadas, cria-se uma limitação técnica grande para o operador do som. Ele aumenta o backing vocal e vem guitarra junto. O cantor pede mais voz no palco e vem microfonia. O baixo está muito alto para o público e não tem mais como abaixar na mesa, pois o amplificador está no máximo e por ai seguem os problemas.
Uma solução para resolver  problema de um amplificador alto no palco seria aumentar todo o resto no PA. No entanto é importante salientar que, em alguns casos, isso pode aumentar ainda mais os problemas. Diversas igrejas têm uma acústica muito viva, ou seja, paredes, piso e teto que refletem absurdamente o som. Quanto mais aumentamos o som da banda, mais embolado o som fica. O espectador acaba ouvindo muito dos reflexos misturados com o som que vem das caixas. Vira uma verdadeira confusão. Em ambientes deste tipo é prudente manter o som da banda e do PA o mais baixo possível, em um volume mínimo e suficiente para que todos possam ouvir a música e compreender as palavras.
Quando o caos se instala, geralmente todos culpam o técnico de som, mas muitas vezes o problema está no palco. Os músicos vagarosamente aumentam seus volumes e se recusam a diminuir quando o técnico pede. Em outras situações, o operador realmente não tem treinamento e não tem nenhuma condição de decidir e resolver problemas. Todos querem o melhor e deve haver compreensão. O importante mesmo é  manter um diálogo saudável entre todos os envolvidos e entrar em acordo.
Se a sua igreja tem muito problemas deste tipo é importante treinar  os operadores de som e, se possível, todos os integrantes do grupo de louvor. Existem muitos cursos de áudio com valores acessíveis. No caso da acústica, também vale a pena investir e contratar uma consultoria. As soluções são acessíveis e os benefícios incalculáveis para a igreja.

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