domingo, 28 de outubro de 2012

Princípios para louvor e adoração efetivos


Louvor e adoração é um ministério que tem um chamado único e específico. Requer dons e habilidades especiais que são diferentes daqueles de um músico, membro de coral, vocalista, pastor e etc.
O Ministro de louvor e adoração é um indivíduo chamado e ungido por Deus para ministrar em Sua Casa, liderando o povo de Deus à Sua presença.

Liderar louvor e adoração podem ser uma das tarefas mais difíceis dentro de uma igreja. Imagine liderar toda uma congregação (lembre-se que alguns estão cansados, doentes, machucados, teimosos, preguiçosos, não são fáceis de ensinar e etc) na presença do Todo-poderoso Deus, em ambos os níveis individuais e congregacionais. Não preciso dizer que é uma tarefa extremamente difícil! Por isso você precisa ser especificamente chamado e ungido para este ministério.

Lembre-se, o momento de louvor e adoração deve ser uma parte ativa, participatória e integral do culto. A congregação não deve ser um espectador, mas deve se tornar um participante ativo.

Abaixo darei uma breve compilação de alguns princípios que eu selecionei e separei em anos de experiências no ministério de louvor e adoração. Eu oro para que estas ferramentas possam reforçar mais e mais o seu ministério de louvor.

As três funções do líder de louvor:

1. Liderar toda a congregação até a presença de Deus
A congregação necessita de ter um encontro sobrenatural com o Pai em todos os cultos.

2. Coordenar e dar cobertura ao grupo de louvor e aos músicos
Tenha certeza de ter um conhecimento básico de música e do ministério dos cantores e músicos que trabalham com você. Quando você está liderando adoração, você é responsável pelo que está acontecendo musicalmente no palco.

3. Preparar a congregação para o tempo de palavra
Tenha certeza de estar em sintonia com a liderança da igreja. Entenda a direção que Deus está dando à sua igreja através da visão do pastor.

A atitude de um líder de louvor

1. Seja entusiasta e positivo. Soria! Deixe seu rosto refletir a Glória e alegria de Deus. Se você não fizer isso, a congregação não fará também.
2. Esteja no comando. Não seja muito tímido. Dê direções firmes. Lembre-se, insegurança destrói a criatividade.
3. Lidere pelo exemplo. Você deve ser o exemplo para um envolvimento mais ativo (aplauda, dê brados, levante as mãos, etc).
4. Seja um encorajador e um exortador. Não pregue! Apenas encorage.
5. Você deve adorar junto com a congregação.

A preparação do líder de louvor

1. Santifique-se;
2. Espere a direção do Senhor;
3. Sustância e exatidão, uma lista categorizada de músicas;
4. Ensaie, ensaie e ensaie!

Pontos práticos para o líder de louvor

1. Conheça seus músicos, cantores e/ou trilhas.


· - Ensaie com os músicos e cantores;
· - Crie sinais com as mãos para que eles possam te seguir.

2. Mudanças no tempo da música.

3. Modulações e novos tons.

4. Direções entre as músicas (repetições de coro e etc).

5. Mudanças na intensidade.

6. Transições entre as músicas.
- Escolha as músicas (com tons apropriados) antes do culto.

7. Não gaste muito tempo falando
- Encoraje o povo enquanto eles adoram (Não assuma que todos sabem o que está acontecendo)
- Você pode facilmente quebrar o fluir durante a adoração falando demais.
- Não bata na cabeça da congregação! Se alguma correção ou exortação precisa ser dada, isto deve ser feito pelo pastor, não por você.

8. Escolha suas músicas com cuidado


· - Atente para desenvolver e completar algo na adoração. Veja a adoração num âmbito geral.
· - Tome cuidado com temas, andamento e mudanças de tom (algumas músicas não podem ser ligadas!).
· - Mantenha um fluir entre as músicas. Não pare tudo depois de cada música. Aprenda medleys ou escolha músicas que possam ser interligadas (musicalmente e espiritualmente)
· - Você está cantando num tom que é confortável para a você, mas que não é confortável para a congregação?
· - Músicas de adoração normalmente precisam ser cantadas em tons mais baixos do que músicas de louvor.
· - Não escolha músicas que tem um grande número de palavras e versos para a congregação cantar, ou que tenha grandes "solos". Você somente irá perder a congregação e eles não irão participar da adoração.
· - Escolha mais músicas do que você precisa (esteja preparado para surpresas)

9. Conheça sua música


· - Não ensaie com a congregação.
· - Não cante músicas com as quais você não está familiarizado! Isto apenas traz confusão e dificulta para a congregação se focar em Deus.
· - Esteja preparado!

10. Dê direcionamentos firmes


· - Você PRECISA liderar. Não a congregação, não o coro, não o grupo de louvor ou os músicos. VOCÊ tem que liderar!
· - Sempre lidere com sua voz. Não fique assustado com a primeira nota e permaneça na melodia o máximo que for possível.
· - Dê direções claras. As pessoas respondem melhor quando eles sabem o que é esperado deles. Seja o que você quer que eles sejam.
· - Esteja um pouquinho à frente dos versos ou coros do louvor e adoração que você está cantando. Algumas vezes, em músicas novas, é bom até falar os versos antes para que a congregação saiba o que está por vir. Você deve liderar com sua voz.
· - Tenha certeza que você está liderando as pessoas para o Senhor e não para você. Lidere de uma maneira que não atraia a atenção para você.
· - Abra os olhos! Mantenha contato visual.

11. Esteja sensível ao fluir e ao timing do Espírito Santo.


· - Não tenha medo de cantar uma estrofe ou um coro várias vezes
· - Não tenha medo do silêncio (Existem diferentes ondas de adoração)
· - Saiba quando uma música já foi cantada o suficiente! Pare!
· - Não se apresse. Dê tempo para o Espírito Santo se mover.
· - Você precisa estar preparado e sensível para o Espírito Santo. Estes dois não são mutuamente exclusivos.
· - Nunca coloque Deus numa caixinha. Ele pode querer fazer algo completamente diferente do que você planejou. (Você pode cantar apenas uma música por todo o período de louvor e adoração! Esteja aberto para isso).
· - Sempre mantenha um olho no pastor. Ele/ela saberão quando algumas coisas estão em ordem e quando não estão.
· - Não tenha medo de mudar a estrutura da música. Talvez permitindo que só as mulheres cantem uma estrofe ou só os homens cantem o coro ou, então, que a congregação cante a capela algumas vezes.
· - Não fique tão "perdido no Espírito" de maneira que você esteja alheio ao que está acontecendo em volta de você.

"Meus filhos não sejam negligentes agora, pois o Senhor os escolheu para estarem diante dEle, para servi-lO e você deve ministrar a Ele e queimar incenso". 2 Cr 29:11



Por Joe Pace


* Escute os sons e melodias do CD instrumental "In The Spirit" de Joe Pace e os melhores artistas do Jazz gospel.


Fonte: Portal Adorando


domingo, 21 de outubro de 2012

Como Trocar Traste???

Em instrumentos temperados (aqueles que possuem divisão entre uma nota e outra em intervalos de semitons – que no caso do violão, guitarras, contrabaixos é feita pelos trastes) a escala tem a função de sustentar os trastes. Estes, por sua vez, configuram – através de um espaçamento específico entre eles e dentro de uma determinada distância entre o nut e a ponte – a localização das notas a serem tocadas.
As escalas de madeira necessitam de manutenção quando apresentam irregularidades em sua estrutura (torção, empenamento, desgaste) para garantir um melhor desempenho do instrumento e sua preservação.
Os trastes frequentemente apresentam problemas para o músico. Sofrem desgastes, soltam da escala, geram trastejamento etc. e, como todas as partes dos instrumentos, também necessitam de manutenção periódica que garanta um resultado sonoro satisfatórioe uma boa tocabilidade.
Abaixo será mostrado como troca-se os trastes e faz o nivelamento dos mesmos num contrabaixo.




1) Retirada do nut : O nut é aquela peça de plástico, osso ou metal que importante na altura e orientação das cordas até as tarraxas na região do headstock e até a ponte (ao longo do braço). Neste local (braço), a altura e orientação das cordas também é dada pela ponte (guitarras e baixo) ou rastilho (violões e afins).
Com o braço preso na bancada pelo headstock, usamos um formão e um martelo de acrílico e através de batidas leves desgrudamos a peça da cavidade sem comprometer sua estrutura. O nut descola da cavidade com a pressão e é possível retirá-lo com um alicate caso não desgrude facilmente.
É boa dica tem um outro em mãos caso o mesmo venha a quebrar….aí teremos de corrigir sua altura e posicionamento (outro assunto a ser desenvolvido posteriormente).





Neste caso eu quebrei a peça, confesso!
Eu nem ia divulgar este fato. Só não espalhem, por favor….rrrrrssssssss…..
2) Retirada dos trastes: Para retirar os trastes com o formão e o martelo é importante posicionar a lâmina no vão entre o próprio trastes e a escala pela lateral (assim como na foto) e bater muito levemente de modo a não danificar a escala. Com este procedimento o traste levanta levemente nos cantos.





E assim é possível, com um alicate torquesa (ou torquês), soltá-lo gradualmente até que se desprenda completamente da escala.



Como o traste possui travas, no momento de soltá-lo da escala pode acontecer de lascar a madeira. Neste caso é só sujeira mesmo.



Imagem do apocalipse. Trastes podres e escala totalmente riscada. Mas isso vai mudar!



Ajustando o tensor para que ele tenha ação depois do nivelamento. Caso a madeira esteja muito prejudicada e houver a necessidade de acionar totalmente o tensor para compensar um empenamento, por exemplo, o diagnóstico não é nivelamento da escala. Neste caso a troca da escala ou até mesmo do braço pode ser o melhor caminho apesar de não ser o mais fácil.



Com um toco de madeira (reto de preferência, afinal estamos falando de nivelamento e não o contrário), uma lixa 80 e pressão moderada damos início a retífica da escala.
Toda escala possui um raio de curvatura, por isso, acompanhar o desenho do raio durante a lixagem da madeira mantém a escala no mesmo padrão inicial.
Utilizar um bloco com o mesmo raio da escala é uma outra opção.


Com uma régua de metal, confere-se toda extensão da escala. Para saber se o nivelamento está bom, meça a escala em três partes: as duas laterais e o meio.
Uma dica: dependendo do calibre das cordas a serem utilizadas, deixe uma leve curvatura negativa com a afinação das cordas o braço ficará reto.


Traste médio jumbo.



Com o nivelamento da escala, há a diminuição de massa de madeira, portanto as cavidades dos trastes podem ficar mais rasas.
Para fazer esta verificação, utilizei uma lâmina de estilete para medir a profundidade da haste do traste.


Lâmina com a delimitação da haste marcada com uma lapiseira.



Verificação de cada cavidade.
Se a linha desenhada na lâmina não passar por dentro da cavidade, significa que precisa aumentar sua profundidade para abrigar toda extensão da haste do traste.



Com um serrote específico (0,06mm de expessura), aumenta-se a profundidade das cavidades até que a marca feita na lâmina não apareça na verificação.



Corte dos trastes.
Como comprei o rolo de trastes tive que fazer o corte individual para cada casa.
Lembrando que é possível comprar o jogo de trastes já cortados. O único problema é que estes geralmente não vêm curvados, acompanhando o raio da escala. Neste caso seria necessário curvá-los manualmente.


Suporte marcando os trastes de cada casa… afinal cada traste tem um comprimento de acordo com cada casa.
O importante é se organizar e fazer seu trabalho render!


Com um “tapetinho” para preservar o braço das marteladas contra a mesa, a instalação dos trastes começa com o martelo assentando o mesmo nas cavidades.



Todos os trastes devem estar com a cabeça encostada totalmente na escala. Sem vãos.



Retirada das rebarbas com alicate turquesa. Tomando cuidado para não cortar um pedaço da lateral da escala junto.



Gotas de bonder nos vãos das cavidades dos trastes, pela lateral da escala.
A cola penetra e segura o traste.



Nivelamento lateral dos trastes: como podem perceber sempre tem um dispositivo facilitador nas horas mais difíceis. Neste caso é uma lima colada em um pedaço de madeira.
A lima deve manter-se perpendicular a escala e retirar todo excesso de trastes pela lateral em ambos os lados.


Angulação da lateral dos trastes para acabamento.
A lima deve manter-se angulada por igual durante sua passagem em toda extensão da peça.



Dica: não acentuar demais o angulo.



Acabamento com lixas 220 e 400 respectivamente.



Agora sim começa o nivelamento dos trastes.
Primeiro isola-se a escala com fita crepe. Ou não… vai da consciência de cada um!


Conferindo com a régua a altura dos trastes. Uns mais altos outros mais baixos. Normal depois de algumas marteladas… umas mais fortes, outras mais fracas.



Mesma idéia do nivelamento da escala, começando o nivelamento dos trastes com um taco reto (sem comentários) e uma lixa 120.
O taco com lixa deve seguir o trajeto: lateral, meio, lateral – para cobrir toda extensão dos trastes.



Novamente a régua de metal como parâmetro do nivelamento.
Os trastes devem encostar na régua em todos os pontos: lateral, meio, lateral.
Quando isso acontecer, inicia-se o acabamento com lixa 220 e 400 respectivamente seguinto o mesmo trajeto do taco no nivelamento.


Trastes nivelados e com acabamento.






A próxima etapa é o arredondamento das laterais dos trastes.
Existem diversos métodos para realizar este trabalho, mas optei pela micro retífica com um disco de borracha. Apenas para quebrar a quina dos trastes.


Resultado do arredondamento com a micro retífica.



Polimento com lixas 400 e 1200.



Posteriormente, uma palha de aço para dar mais brilho.



Cera de carnaúba para finalizar o polimento.



Agora sim a última etapa de finalização na politriz.



Resultado do polimento.



Resultado do trabalho de nivelamento de escala e trastes.

Com a montagem do instrumento é necessário verificar novamente o tensor devido a tensão das cordas e se ocorre trastejamento em determinada região. Leia também o tutorial sobre como diagnosticar um trastejamento:
Fonte: http://vintagemusicware.wordpress.com

Avivamento, unidade e adoração.

Temos tido muita ênfase nos últimos anos nesses três aspectos da vida cristã e gostaria de unir os três nesse artigo.

A vida cristã não pode ser vivida em departamentos e é um erro pessoas dizerem, por exemplo, que "adoração não é para mim, meu foco é evangelismo" ou vice-versa ou outro qualquer exemplo que queira dar. Precisamos entender que todas as coisas se interligam e que de alguma forma devemos desenvolver e atentar para todos os aspectos da vida cristã, ainda que tenhamos dons e características que nos direcionem mais a certos aspectos do que a outros.
Antes de tentar unir essas três palavras, queria dar uma definição pessoal sobre elas. Talvez os conceitos que tenho coincidam com os seus ou se completam ou mesmo sejam opostos aos seus. Se forem opostos ou se você quer acrescentar algo a esses conceitos, gostaria de conhecer o que você pensa para tentar ampliar o que entendo sobre esses assuntos, por favor, me escreva.
Avivamento: é a vida de Deus fluindo de forma intensa no Seu corpo que é a igreja. É a vida de Deus fluindo em mim e através de mim, ou seja, entrando e saindo vida de Deus através da igreja como corpo e em cada cristão individualmente.
Unidade: é a capacidade de coesão entre cada pequena partícula do corpo, possibilitada pela sua união com outros membros e com a cabeça. Qualquer membro desconectado de um (outros membros) ou de outro (a cabeça, centro de comando do corpo) perde a sua característica de unidade uma vez que não consegue desempenhar totalmente suas funções. Outra coisa importante é que a unidade não está condicionada a projetos que possamos desenvolver juntos, mas sim a estarmos ligados nos membros e no cabeça. Um indivíduo ou grupo de pessoas poderá nunca fazer nada junto com outros em termos de projetos e ainda assim estarem vivendo em plena unidade.
Adoração: é uma atitude de prostração e entrega diante do Senhor Todo Poderoso. É uma vida onde seja lá o que for que se estiver fazendo torna-se um ato de entrega e rendição ao Senhor. É tocar a Jesus de alguma forma, seja com cânticos, com nossa vida de oração, com um cuidado a um de seus pequeninos, etc. Não creio numa adoração simplesmente vertical onde tocamos ao Senhor e somos cheios e cheios e cheios e não deixamos essa adoração se expressar também na horizontal tocando a Jesus através de um cuidado aos seus pequeninos. "Tive fome e destes de comer, tive sede e me destes de beber, .... fizestes isso a mim quando o fizeste a um de meus pequeninos".
Que relação então há entre essas palavras?
Quando buscamos e clamamos por avivamento, e isso é muito importante e necessário, estamos dizendo ao Senhor que reconhecemos nosso estado e que precisamos desesperadamente do fluir cada vez maior de Sua vida. A busca por avivamento deve ser algo constante em nós e na minha opinião é um erro dizer que o alcançamos. Pelo simples fato de que sempre haverá mais intensidade de vida de Deus a fluir em nós a medida em que nos humilhamos e reconhecemos que não somos nada diante de Sua glória e presença. Sempre haverá mais enquanto nos mantivermos famintos e sedentos. Agora quando dizemos que já temos estamos de certa forma declarando que estamos chegando a um ponto de satisfação o que é o princípio do término do fluir do Senhor. A pior posição de um cristão é quando ele se diz satisfeito, pois a partir daí o fluir da vida de Deus começa a diminuir. Temos então que ser imensamente gratos por tudo que recebemos do Senhor e ao mesmo tempo permanecer insatisfeitos com nossa condição, pois há sempre mais em Deus. Por esses motivos creio ser um erro dizer que já alcançamos o avivamento. Para mim há coisas que quando temos não conseguimos enxergar que temos, por exemplo, você nunca verá uma pessoa verdadeiramente humilde se considerar como tal, o mesmo para uma pessoa reconhecidamente sábia, ela sempre saberá que há algo mais na sabedoria de Deus e que apesar de tudo o que tem recebido ainda há muito mais. O avivamento se encaixa nessa categoria de qualidades pessoais, quem tem não consegue reconhecer que tem e é apenas visível a terceiros. O avivamento genuíno na vida de alguém é algo que a história irá contar e não uma história que essa pessoa tentará provar que tem.
Ao clamarmos então por avivamento, sabendo que sempre haverá mais, estamos na verdade pedindo ao Senhor por um fluir de Sua vida em cada um de nós. Pedimos que entre e saia vida em nós e através de nós, cada vez com mais intensidade. Muitas vezes não atentamos para isso, mas é necessária uma disposição total pela UNIDADE da igreja quando clamamos por avivamento. Pois devemos estar prontos a receber e compartilhar a vida do Senhor através de Seu corpo. É preciso então estarmos prontos a receber o fluir de vida do Senhor de diferentes partes do corpo, ou seja, inclusive daqueles irmãos com os quais não temos muita afinidade ou com os quais temos algumas divergências "doutrinárias". Mas se eles mesmo assim fazem parte do corpo será necessário que estejamos prontos, a saber, receber o fluir de vida do Senhor através deles e deixar fluir a vida do Senhor de nós para eles. Sem isso nunca teremos um avivamento pleno, pois estaremos tentando restringi-lo a uma parte do corpo com a qual temos mais afinidade que pensa igual ou semelhante a nós. O mesmo acontece quando tentamos formatar outras pessoas e grupos a se tornarem como nós como um pré-requisito para se experimentar o avivamento, aí também não haverá genuíno avivamento. Há nesses casos o grande perigo de se criar mais uma atitude religiosa do que qualquer outra coisa. Precisamos então saber conviver com a diversidade do corpo de Cristo e achar nessa diferença uma força e não uma fraqueza. Nenhum grupo ou indivíduo tem em si mesmos a revelação completa do Senhor, e precisa reconhecer essa sua limitação para poder viver uma unidade verdadeira com todo o corpo. Quanto mais exclusivistas somos menos avivados poderemos ser, pois o fluir da vida não será pleno.
Vemos então uma ligação intensa entre avivamento e unidade. Agora, o que as duas palavras tem a ver com a adoração?
Jesus disse em João 17 que ele tem nos transmitido a glória que o Pai deu a Ele para que fossemos um e que deveríamos ser um para que o mundo creia. Vemos então que nessa transmissão de glória é o momento ou um dos momentos em que somos capacitados a ser um com nossos irmãos ainda que sejamos tão diferentes. A bíblia também nos diz que somos transformados de glória em glória. Ou seja, estarmos constantemente sob a glória de Deus é o que irá nos capacitar a ser um em Cristo, é o que nos trará uma identificação com todo o seu corpo, ou seja, com toda a sua igreja. Quanto mais permanecermos sob a Sua glória, tanto mais seremos um e conseqüentemente tanto mais avivados, uma vez que o avivamento vem do fluir da vida de Cristo no corpo.
A nossa vida de verdadeiro adorador, que se expressa em cada pequena atitude que tomamos no decorrer do dia, o nosso tempo a sós com o Senhor em prostração diante de Sua presença, a nossa vida totalmente rendida e dedicada a Ele como uma atitude de adoração, irão subir como "fumaça" ou "vapor" até os céus e será respondida por Ele como chuva sobre nós. Creio que essa é a transmissão de glória que Jesus se referia naquele versículo. Assim como no natural para que haja chuva deve haver antes a evaporação, no mundo espiritual para que haja esse derramar de Deus sobre nós é necessário um constante elevar de incenso (vida de adoração) à sua presença.
Creio que a história contará o que aconteceu no tempo em que vivemos hoje e que não cabe a nós dizer que já alcançamos isso ou aquilo, mas devemos continuar todos os dias olhando para Jesus e buscando desesperadamente a sua presença a cada instante, se é que estamos realmente a fim de que o mundo creia.

Abraços

Por Nelson Tristão